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Não sei o que dizer ao psicólogo, e agora?

  • Foto do escritor: Italo Gomes
    Italo Gomes
  • 23 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de jun. de 2024

A gente chega no consultório, cumprimenta o psicólogo, senta na cadeira, ele dá a deixa pra gente falar e aí... a gente trava. Deu branco. O silêncio se alonga, a gente ri, balança a cabeça, solta uma interjeição e diz: "não sei o que falar...". Que constrangimento. A gente sabe que estar ali é importante, e às vezes até, ao longo da semana, pensamos em coisas que deveríamos dizer ao nosso psicólogo. Mas essa coisa importante ou interessante fugiu pra algum outro lugar da nossa cabeça, e quando chega a hora H, silêncio.

Não sei o que dizer ao psicólogo, e agora?

Acontece que isso é mais comum do que a gente pensa. Não é preciso constrangimento, afinal, não saber o que falar também é uma forma de dizer alguma coisa.


Seu psi está acostumadíssimo com esse tipo de situação. Alguns profissionais pedem para o paciente anotar questões importantes para o processo terapêutico durante a semana, e isso é uma forma de dar seguimento; mas se for um profissional de abordagem analítica, provavelmente não vai fazer isso.


Esta abordagem trabalha com a noção de "associações livres". Isso significa que o terapeuta está prestando atenção pra ver qual ideia "puxa" qual. Uma ideia, às vezes, está livremente associada com outra ideia (que pode não ter nada a ver com a primeira), e essa associação é inconsciente. Ela tem um sentido, uma razão de ser, e pode ser interpretada. Por isso, o psicólogo pede que você fale a primeira coisa que vem à mente. Você fica com a impressão de que está falando abobrinha, mas vai falando, até de repente perceber que aquilo que precisava ser falado está saindo do mesmo jeito. Uma ideia puxa a outra, e de repente você está falando de suas angústias, seus problemas e seus sofrimentos mais profundos.


Mais importante que isso: o psicólogo observou o "caminho" que seus pensamentos percorreram pra chegar até ali, e ele provavelmente percebeu em que ponto a conversa banal exigiu que sua psiquê usasse as defesas que sempre usa. Se essas defesas tem como efeito colateral um grande sofrimento psíquico, ele vai comentar. Vai chamar atenção para o custo que suas defesas possuem, e então, a terapia acontece.



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